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Em uma região não tão distante, vivia uma família. Pai, mãe, irmã e irmão eram felizes juntos.

Até que um dia surgiu uma estranha e pequena forma de vida. A família ficou muito desconfortável com aquele ser, porque era muito diferente de tudo o que já tinham visto.

Sem saber o que fazer e como lidar com aquela diferença, eles o colocaram em uma caixa de sapato, dentro do armário.

De vez em quando davam uma olhada naquele ser cinza agora vivendo com eles. Mas os irmãos faziam nada além de espiar com um olho por um buraco feito no papelão. O pai e a mãe nunca chegaram perto do ser.

Certa tarde o irmão pediu à irmã que lhe emprestasse a luz que era dela.

— Mas não vai funcionar com você — ela respondeu ao pedido dele.

— Só quero tentar ver o que aquela coisa realmente é.

Ele andou até o armário e sussurrou seu pensamento:
— E talvez matar, para não termos que lidar com isso. Não quero nenhum tipo de problema.

A irmã, que era uma boa ouvinte, foi capaz de ouvir o pensamento do irmão. Ela contou ao pai e à mãe que ele planejava matar aquele ser, para se livrar de algo que ele considerava ser problema.

Ninguém se importou.

— Melhor eliminar aquilo do que viver qualquer confusão — disse o pai.

— Sim, devemos sempre evitar qualquer futuro inconveniente — reforçou a mãe.

— Mas é um ser. E neste momento ele está tão pacífico, do seu próprio jeito — exclamou a irmã, antes de correr de volta para o quarto, onde encontrou o irmão olhando dentro da caixa.

— Não o mate, irmão — ela o assustou.

— Ah, mas isso agora parece um morcego.

— É um morcego? E precisamos matar morcegos?

— Não. Não.

— Por que não o deixamos ir? Simplesmente deixá-lo voar!

— Porque parece que pode se transformar em dois e machucar nossa família.

— Não entendo, irmão. Ele se reproduziu?

— Não.

— Ele faz movimentos ameaçadores?

— Não.

— Deixa eu dar uma olhada.

A irmã jogou sua luz dentro da caixa.

— Irmão, venha dar mais uma olhada! — ela gritou surpresa.

— Eu disse. Deve estar agora um monstro, e devemos matar esse ser — sem ter coragem de olhar novamente, o irmão saiu do quarto. — Vou encontrar a arma certa.

— Não, irmão — ela o deteve. — É tão pequeno. É tão adorável! Tenho certeza de que é inofensivo. Pode até nem sobreviver fora dessa caixa que nós criamos.

— Eu disse que só com a sua luz, irmã, o ser seria revelado.

— Então por que você não vai encontrar sua luz? Talvez então não haverá mais seres “cinza”. Na luz do Amor somos iguais; somos inteiros e não há medo.

Sem saber o que fazer e como lidar com aquela diferença, eles o colocaram em uma caixa de sapato, dentro do armário. De vez em quando davam uma olhada naquele ser cinza agora vivendo com eles. Mas os irmãos faziam nada além de espiar com um olho por um buraco feito no papelão.


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