We share our heat
In the cold night.
Lovers who are
the same light.
My heart is your continent,
I’m a traveler in you.
While I dive into your existence,
We dance like flames.
It is the dance of
Light and color.
Heat of love.
Silently burning:
Absolute fire
In paradise.
May all beings find Love and dance in Paradise.
Life, Peace and Love for all
Bhuvi ♥︎ૐ
Compartilhamos nosso calor
na noite de frio.
Amantes, somos
a mesma luz.
Meu coração é seu continente,
sou viajante em você.
Enquanto mergulho em sua existência,
dançamos como chamas.
Dança de
Luz e cor.
Calor e amor.
Queima em silêncio:
Fogo Absoluto
no Paraíso.
Que todos os seres encontrem Amor e dancem no Paraíso.
Vida, Paz e Amor para todos os seres
Bhuvi ♥︎ૐ
I was walking
In my sleep
Had eyes but could not see.
Doors were wide open.
But what good could that be
When my mind
Worked as shackles
Hindering my being?
Then you found me
I was reborn
Inside out,
Saw what cannot be (un)seen,
While hearing the silent tone
Of real Love.
Now that you
Have found me
The sweet taste of life
Impregnated my soul.
In you
I see my heart.
In my heart
I see you.
We dance
Like flames.
May all beings experience real Love
Life and Peace
Aum Shanti, Shanti, Shanti
Bhuvi
♥︎ૐ
Eu caminhava sonâmbula,
tinha olhos,
mas não conseguia enxergar.
Portas estavam escancaradas.
Mas de que isso adiantaria
quando minha mente
trabalhava como grilhões
a impedir meu Ser?
Então você me encontrou
Eu renasci
de dentro para fora,
vi o que não pode ser (des)visto,
enquanto ouvia a silenciosa melodia
do Amor verdadeiro.
Agora que você
me encontrou,
o doce sabor da vida
impregnou minh’alma.
Em você
vejo meu coração.
Em meu coração
vejo você.
Dançamos
como chamas.
Que todos os seres possam viver o Amor verdadeiro
Vida e Paz
Aum Shanti, Shanti, Shanti
Bhuvi
♥︎ૐ
Sem tempo para amar a si mesmo ele acabou perdendo a si mesmo.
Pensou que aqueles objetos — valiosos metais no mercado — fossem peças para construir o poder que ele queria, pensando que isso daria vida à sua perfeição.
Equivocado e perdido — lamentou, gritando sua dor disfarçada em palavras de ordem.
Fraco e cansado — mal sabia: a perfeição tinha morada nele (assim como em você) eternamente.
Chegou um dia de primavera. Ele já não podia ser seu próprio ditador para se tornar um outro indivíduo, e viajou de volta para casa, onde vida e Natureza são Um.
Afrodite/Vênus agachada ou se banhando Autor desconhecido Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro
Você já se olhou no espelho hoje? Imagino que sim. Acordou, lavou o rosto e se viu no armário sobre a pia do banheiro. Talvez tenha conferido rugas ou percebido alguns fios brancos a mais. Avaliou a combinação de cores depois de se vestir, se a camisa para dentro é melhor do que para fora ou se a calça não está muito apertada? É possível que tenha escovado os cabelos e experimentado um penteado diferente, ou ainda, que tenha prendido as madeixas, porque não teve tempo de lavar, secar etc. e tal.
Quando se olhou, você se viu, conseguiu se enxergar? Observou-se? Observar é ultrapassar a camada virtual que criamos; é dissolver a fantasiosa identificação que tem por objetivo atender às expectativas criadas por seu ego ou pelo ego do outro, para o único propósito de… Encaixar-se, caber em um espaço social.
A maneira como você se identifica ao se observar é sua identidade. Nem você nem eu somos um número, seja na estatística, seja na secretaria de segurança pública ou no Detran. Cada um de nós é, na verdade, o que está dentro; somos o que está para além da imagem, para além dos registros.
“Tudo é dito por um observador”, escreveu o cientista chileno Humberto Maturana.
O ser humano é um sistema complexo vivo, o que significa que não é um mecanismo, um sistema com estrutura definitiva. Mais além, somos dinâmicos e, portanto, em nossas interações, estamos em constante mudança — comportamento e estrutura são mutáveis. Consequentemente, é impossível determinar uma conduta adequada, definitiva, para sistemas vivos, em todos os possíveis contextos, porque não podemos prever suas variações.
Dessa maneira, a interação entre seres vivos é um constante aprendizado, uma vez que, deve-se enxergar cada indivíduo em seu meio, em seu tempo e respeitando suas alterações estruturais. Eis o grande desafio daqueles que, apegados a normas, a crenças socialmente construídas, não se conectam com o que é a vida, esse acontecimento dinâmico.
Conectar-se com a vida não é discursar a favor de diversidade, mas sim agir de maneira totalmente desapegada, entendendo que há diversidade dentro da própria diversidade, e a identidade individual de seres não é exatamente aquela que você diz, mas sim aquela que é possível tocar e compreender, uma vez que você ultrapasse a superfície, mergulhando fundo no eu.
Mas se uma pessoa teme conhecer sua própria verdade, por certo não se entregará ao conhecimento da verdade do outro — o mergulho é um ato de coragem — e não será capaz de experimentar o Amor, negará histórias, e construções de existências que lhe cercam, determinando identidades a partir de pré-conceitos, estabelecendo seu próprio conforto e prazer dentro de estagnação e apatia.
Somos históricos: o continuum de nossos ancestrais. Mas somos a história agora — vidas individuais, reeditadas, revistas e ampliadas. Um observador somente poderá falar de um indivíduo se realmente observar, porque é necessário conectar-se e compreender a unicidade da existência, com todas suas peculiaridades.
Apesar de tudo isso ser importante, sobretudo, porque vivemos em comunidade, o essencial é ser seu próprio observador.
Observe-se atentamente e seja capaz de responder: quem é você? Então talvez você possa se conectar, verdadeiramente, com outros seres.
A vida não é competição nem julgamento. Vida é experiência.
Shrī-Yantra Símbolo da Vida (universal e individual) como incessante interação de opostos cooperativos
O Absoluto contém em si eternidade, energia passiva, e o dinamismo do Tempo, energia ativa. Paraíso e Terra. Antagonistas, porém cooperativas, essas energias são esferas do ser, ambas integrantes da existência. Desdobrado em dualidade, Ele originou o Universo e as criaturas. O mundo, portanto, personifica as polaridades da vida na distinção de elementos, reminiscências individuais d’O Absoluto despedaçado.
Enquanto humanos masculinos personificam energia passiva, as raízes, humanos femininos são energia ativa, o útero. Mas em essência, são um. Ainda que sejamos desenvolvimento temporal e espacial, transcendemos tempo e espaço como manifestações de aspectos antagônicos da existência, O Absoluto.
Repousa no âmago de nosso ser, no receptáculo que é nosso corpo, a Suprema Essência, a partir da qual continuamente expandimos. Apesar de inefável e inconcebível no materialismo humano, energia Divina — unicidade — está em todos nós; Ela é experimentada como Vida dentro do ser e Vida do cosmos. Vida é Amor.
É através do anseio da Vida por si mesma que a Vida surge — o Nirvana são dois espelhos que se encaram. É somente ao alcançar a consciência — quando estamos acordados — que vivenciamos a Unicidade, o Todo em todos nós, compreendendo o processo duplo da criação (e dissolução), e entendendo a verdade: O Absoluto não deve ser partido, dissolvido, desintegrado.
Portanto, através de nosso corpo O Divino se expressa. E uma vez que acordamos do sono da divisão somos capazes de experimentar — compartilhar e receber — o Todo em sua totalidade. Somos tanto vida universal quanto vida individual, uma contínua interação de opostos cooperativos em processo de criação. Luz lampeja através de nós.
Aum Shanti Que todos os seres existam em Paz, Amor e Vida Bhuvi ♥︎
Através do anseio da Vida por si mesma Vida surge. Criação é Amor, um lampejo de Luz que nos atravessa.
Vida é a energia divina que ocupa nosso corpo; é puro Amor e Natureza. Vida é a existência pacífica dos seres sencientes.
É isso? Ou deveria ser assim?
O que é vida, afinal? É o que recebemos ou é o que fazemos com o que recebemos? Quem é dono da vida?
Decidi sair para uma caminhada em meditação e sentir a vida. Depois de algum tempo me abri para o mundo ao meu redor, e isto é o que eu recebi:
“Pessoas não são descartáveis”, dizia o grafite no muro atrás do homem que dormia em cobertores imundos, em uma rua chamada Voluntários da Pátria, onde fileiras de prédios, em ambos os lados, esticavam-se até o céu: pedaços particulares do paraíso, hostis àquele cidadão e aos outros encolhidos na calçada, em frente a cada um dos bancos e a cada uma das igrejas.
“Who cares?” Ou, quem se importa? — era a estampa da camisa de um pedestre.
Mentalmente repeti a pergunta e alguns quarteirões depois recebi a resposta.
Um homem pedia dinheiro; mostrava três moedas na mão e falava que o café da manhã é a refeição mais importante, porque dá impulso para começar o dia. Ele sorriu com a boca vazia e os dois cachorros dele abanaram o rabo, enquanto eu lhe entregava algum dinheiro.
— Querem brincar!
— São bonitos os cachorros. Qual é o nome deles?
— Vida e Beethoven. A Vida fugiu de mim uma vez. Mas eu encontrei ela de volta, com ajuda dos vizinhos por aqui. Ela é durona. Mas se você não ficar bem atento a ela, ela pode simplesmente escapar de você. Ela é doida. Eu amo a Vida! Mas você não pode contar que é garantido que ela está ali. Toda manhã, assim que eu abro os olhos eu vejo se a Vida está comigo. Sabe? A gente precisa mesmo é saber o que realmente importa. Você precisa olhar na direção dela. Olhar dentro dos olhos dela. Olha! Sério! O que você vê? Cuida disso. O que você vê nos olhos da Vida é tesouro. E… Sabe? Quando eu pensei que tinha perdido ela, algumas pessoas me ajudaram, mas eu é que tenho que cuidar. Entende? Sou responsável pelo que acontece com a Vida; ela é minha responsabilidade desde o dia que eu recebi ela. Fé. Tenho fé… Na Vida. Mas aí tem gente que trata mal a Vida. Minha Vida, sabe? Eu posso até estar nessas condições aí, mas minha Vida não pertence a eles. Não. Eles podem ter dinheiro; eu tenho Amor. Eu tenho a Vida.
— Te entendo! — eu tinha lágrimas nos olhos.
— Agora olha como os dois são felizes juntos! Eu não acho que a Vida seria feliz sem Beethoven! Ele é quieto, relaxado, assim… Eu amo ele também. Bem… A Vida é especial. A Vida é um presente que me deram. E quando você recebe um presente, você toma conta dele. Se ele acabar sendo difícil, você simplesmente tem que fazer o seu melhor para conseguir. Porque… Sério! Quando você age, só o fato de você agir já é um sucesso. Ah! E obrigado pelo sorriso. Não tem muita gente que faz isso por aqui.
Enquanto Elson e eu apertamos as mãos, Vida e Beethoven pularam em mim e a pergunta, em minha mente: Quem se importa?
Elson e os vizinhos se importam; Vida e Beethoven, também.
Pessoas não são descartáveis; cada um de nós conta. Seja presidindo um país ou dormindo debaixo de marquises, não importa a cor, etnia, sexualidade ou sexo, o valor de uma pessoa está no próprio fato de essa pessoa existir. Todas as vidas importam. Todas as vidas são vivíveis, e todas as vidas são passíveis de luto.
Vivi a vida partido pelo medo que me ensinaram a ter. Sentia que era diferente, errado, um tolo. Aprendi que devemos temer os estranhos.
Isso foi o que me fizeram acreditar; esse foi o jogo no qual fui pego.
“Não sorria para estranhos.” “Não fale com estranhos.” “Não aceite balas de estranhos.” “Não seja assim tão bobo!”
Até o dia em que me dei conta de que, tão preocupado com os outros, eu era estranho para mim mesmo.
Ensinam de tudo para nós, exceto como amar ou até mesmo o que significa Amor. Mostram-nos de tudo, exceto a verdade. Quando você é uma criança, ninguém conversa sobre como se tornar seu próprio amigo. E então, para ser verdadeiro você precisa ter coragem, porque mentir e se adaptar a padrões é a norma.
Não deixe de apreciar o valor da vida de ninguém; nunca deixe de apreciar sua própria vida. Seja compreensivo. A diferença não perturba a ordem, os padrões, sim. Eles perturbam o coração, a peculiaridade e a paz da alma.
Categorias perturbam o Amor, que é o que deve prevalecer.
Você recebe o nascimento. Você recebe a morte. O que está no meio disso, você deve construir.
Siga o caminho da Liberdade.
Escolha a ferramenta Amor; escolha o caminho Liberdade. Liberte-se da prisão que é o medo. O verdadeiro “eu” não é tolo, não é errado, mas sim, é a corda que mantém o ser inteiro. E a verdade está no coração.
Você pode rir, sorrir, conversar. Não é necessário temer. Não é necessário ter coragem. Você só precisa fluir com sua essência: o divino que habita em você.
Entre nascimento e morte, ame. Isso cria uma jornada extasiante da luz, através da luz, para a luz.
“Ame teu próximo”, não julgue, não categorize, não trate com pena, apenas ame. E jamais se esqueça de amar a pessoa que está mais próxima de você: você mesmo.