Meu nome é Bhuvi. Bhuvi significa paraíso. Mas se eu me esquecer de que verbo é o que nos define, esse será apenas mais um substantivo, mais uma palavra estranha e sem a menor importância — uma aparência irreal. Sou Bhuvi e esta é minha prática: Entender que “o amor é a escada entre o céu e o inferno”. Mas céu e inferno não são espaços concretos nem autônomos, existem apenas dentro de nós, e escadas são caminhos de mão dupla. Diariamente escolher nutrir o paraíso, seguir o caminho do amor — abrir mão da guerra, e me desapegar de construções sociais preconceituosas e fossilizadas, para me aproximar da verdade de cada um.
Assim, assumo o compromisso de buscar uma existência consciente e atenta a mim e ao outro, praticando o que as ativistas Dra. Jann Murray-Garcia e Dra. Melanie Tervalon cunharam “humildade cultural”, e que eu defino como Meditação e Compaixão (fundamentos para uma existência amorosa). Essa é a prática para contribuir com a paz entre todos os seres sencientes e acabar com o sofrimento na Terra — o paraíso de Lótus.
Humildade para algumas pessoas pode significar fraqueza ou submissão. No entanto, ao entender humildade cultural como meditação e compaixão, relaciono a prática com força e determinação para escutar as pessoas, buscando compreensão total do ser: o discurso, o corpo físico e o corpo sutil, isto é, enxergar, entender e aceitar as peculiaridades das distintas existências. Mas antes de tudo, escutar e compreender na totalidade minha própria essência, reconhecendo meus preconceitos, limitações e padrões, para então me desapegar de heranças culturais: comportamentos e conceitos internalizados e incorporados inconscientemente, vícios.
Meditar é estar humildemente em silêncio, encontrar seu centro, entregando-se à atenção e à observação de como sua existência afeta as demais e de como você se relaciona com os padrões ou as diversas identidades; meditar é descobrir-se. Praticar a compaixão é ser constantemente Amor — compreensão, doação, cuidado —, uma existência não situacional; é descobrir o outro. Ambas as práticas dizem respeito a livrar-se do ego, a maquiagem que usamos para disfarçar a essência.
O exercício pede: ir além de aparências, compreender que não há uma lista limitada de vidas possíveis e que todas as existências são possíveis, não se tratando de ser “politicamente correto”, mas sim de respeitar a diversidade natural e a constante mutação — identidades são multidimensionais e não podem ser resumidas por desejos e expectativas, muito menos por julgamentos.
Praticar a escuta ativa, reflexão a partir da sensibilidade e do questionamento, é um dos caminhos para curarmos a comunidade e transformar os venenos — ganância, ódio, inveja, ciúme, materialismo e tantos outros — em antídoto para a desesperança e, na humildade cultural, desconstruir os relacionamentos tóxicos entre seres, permitindo assim que corações se fortaleçam, nutrindo o crescimento saudável de todas as existências. Eis a verdadeira alquimia. Nessa prática, derrubamos muros e construímos pontes, o que nos permite viver em comunhão.
Eu sou Bhuvi, minha prática está pautada no paraíso que escolhi nutrir dentro de mim — Que meus pensamentos, palavras e ações contribuam para a felicidade e a liberdade de todos os seres.
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